"Não sei o que querem de mim essas árvores, essas velhas esquinas, para ficarem tão minhas só de as olhar um momento" (Vida, Mário Quintana)
domingo, 1 de julho de 2012
Um dia a gente cresce e descobre que não pode mais correr para o colo da mãe sempre que se sentir com medo ou assustado. A gente passa a ter que enfrentar todos os desafios de frente, sem balançar, e isso tem que ser firme, porque pra nós, de certa forma, demonstra quão bom foi o trabalho que a pessoa que mais amamos fez, quão bons alunos fomos. É como se disséssemos: "olha, mãe, olha como eu aprendi bem!" Mas é tão ruim quando a gente num consegue dar três passos sem cair. Parece tão difícil esse negócio de voar e o pânico da altura, do ter-que-bater-asas nos faz esquecer muito do que aprendemos. Odeio me fragilizar. E tenho me fragilizado com frequência. Tanta frequência que já mal me lembro dos meus momentos de força. A imagem que tenho e guardo, são as sucessivas quedas após tentar inutilmente me lançar e bater as asas. Não tenho voado por mais de 3 metros. E a simples consciência disso me faz agir como criança. Não quero ser criança. E eu já cansei de dizer que eu não vou mais chorar.
terça-feira, 27 de março de 2012
Ahó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-ó-yyy...
Esfregue os olhos
Espreguiçe devagar
Encha os pulmões
Estique braços e pernas:
Eu voltei!
Os dois pés no chão
Avançe o corredor
Escove os dentes
Jogue uma água no rosto:
Eu voltei!
Chame as crianças
Passe um café
Coma alguma coisa
Ponha sua melhor roupa:
Eu voltei!
Saia de casa
Saia às ruas
Às avenidas
Saia! Saia!
Eu voltei!
Anuncie nos bares!
Grite nas praças!
Nos terminais de ônibus!
Dentro dos trens!
EU VOLTEI!
Chame os negros e as prostitutas
Chame os emos e os funkeiros
Chame os nerds, os gordos
Os velinhos do rotary club:
EU VOLTEI!
Convoque os comunistas!
Convoque os socialistas!
Os anarquistas e paganistas!
Direita! Esquerda! Centro-avante!!
EU VOLTEEEII!
O navio encosta no cais.
A brisa marítima já não é a mesma de outrora
nem o seu jeito de bagunçar meu cabelo
e a minha alma
Mas ela tem um não sei quê de novo e velho
Meus pés já em terra firme se libertam.
... eu voltei.
Espreguiçe devagar
Encha os pulmões
Estique braços e pernas:
Eu voltei!
Os dois pés no chão
Avançe o corredor
Escove os dentes
Jogue uma água no rosto:
Eu voltei!
Chame as crianças
Passe um café
Coma alguma coisa
Ponha sua melhor roupa:
Eu voltei!
Saia de casa
Saia às ruas
Às avenidas
Saia! Saia!
Eu voltei!
Anuncie nos bares!
Grite nas praças!
Nos terminais de ônibus!
Dentro dos trens!
EU VOLTEI!
Chame os negros e as prostitutas
Chame os emos e os funkeiros
Chame os nerds, os gordos
Os velinhos do rotary club:
EU VOLTEI!
Convoque os comunistas!
Convoque os socialistas!
Os anarquistas e paganistas!
Direita! Esquerda! Centro-avante!!
EU VOLTEEEII!
O navio encosta no cais.
A brisa marítima já não é a mesma de outrora
nem o seu jeito de bagunçar meu cabelo
e a minha alma
Mas ela tem um não sei quê de novo e velho
Meus pés já em terra firme se libertam.
... eu voltei.
Assinar:
Postagens (Atom)