"Não sei o que querem de mim essas árvores, essas velhas esquinas, para ficarem tão minhas só de as olhar um momento" (Vida, Mário Quintana)
domingo, 1 de julho de 2012
Um dia a gente cresce e descobre que não pode mais correr para o colo da mãe sempre que se sentir com medo ou assustado. A gente passa a ter que enfrentar todos os desafios de frente, sem balançar, e isso tem que ser firme, porque pra nós, de certa forma, demonstra quão bom foi o trabalho que a pessoa que mais amamos fez, quão bons alunos fomos. É como se disséssemos: "olha, mãe, olha como eu aprendi bem!" Mas é tão ruim quando a gente num consegue dar três passos sem cair. Parece tão difícil esse negócio de voar e o pânico da altura, do ter-que-bater-asas nos faz esquecer muito do que aprendemos. Odeio me fragilizar. E tenho me fragilizado com frequência. Tanta frequência que já mal me lembro dos meus momentos de força. A imagem que tenho e guardo, são as sucessivas quedas após tentar inutilmente me lançar e bater as asas. Não tenho voado por mais de 3 metros. E a simples consciência disso me faz agir como criança. Não quero ser criança. E eu já cansei de dizer que eu não vou mais chorar.
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